Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro do Paraná:
Céu Azul
Medianeira
Nova Aurora
Palmeira
Vitorino
Um gajo sem qualquer formação em design e que nem sequer sabe desenhar comenta o mundo através de gráficos, cartazes e afins...
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro do Paraná:
Céu Azul
Medianeira
Nova Aurora
Palmeira
Vitorino
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro da Bahia:
Canavieiras
Créditos: vieira adaptada do brasão de Mira (autora: Mafalda caetano)
Ibirapuã
Jaguarari
Livramento de Nossa Senhora
Mascote
Planaltino
Rio do Antônio
São Félix do Coribe
Senhor do Bonfim
Teixeira de Freitas
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de 3 municípios do estado brasileiro do Pará:
Gurupá
Itupiranga
Mojuí dos Campos
O mesmo comentador piauiense referido no post anterior acrescentou depois que a sua proposta «seria uma bandeira sem esse padrão listrado... A sugestão que eu criei é meio que uma mistura entre as bandeiras de República Dominicana e Noruega, com as mesmas cores da bandeira atual apenas com adição do vermelho... Um retângulo com duas cruzes uma dentro da outra, sendo que a cruz exterior seria verde e a cruz interior seria azul (padrão da bandeira norueguesa) o que dividiria a bandeira em quatro retângulos, sendo que dois deles seriam vermelhos e os outros dois seriam amarelos (como na bandeira de República Dominicana, que dois retângulos são vermelhos e os outros dois são azuis).»
A bandeira proposta seria, pois, assim:
Uma alternativa, para evitar a sobreposição de azul e verde, seria inverter a disposição das cores, usando o amarelo como “mediador” entre as cores azul, verde e vermelho, mais difíceis de combinar. Assim:
No entanto, a sugestão da cruz fez-me recordar que, perto do local da Batalha do Jenipapo, este rio e o Rio Surubim se juntam ao Rio Longá numa configuração que também lembra uma cruz:
(A cidade de Campo Maior situa-se a sul da confluência dos três rios, à margem do Surubim, no canto inferior esquerdo da imagem. O campo de batalha está mais para o canto superior direito, assinalado por um monumento.)
Isto inspirou um design radicalmente diferente:
A escolha de vermelho, preto e branco deveu-se fundamentalmente a serem um trio impactante que combina particularmente bem. No entanto, podemos assumir o clichê do sangue derramado para o vermelho. Para o preto, lembrei-me de um outro meme:«LUTO É VERBO». Incorporei também o jenipapo estilizado da minha proposta inicial.
Tendo em conta a representação (abstracta) da confluência dos rios, esta bandeira poderia ser uma alternativa à actual bandeira, não do Piauí, mas da cidade de Campo Maior, em cujo território decorreu a batalha e onde se situa a dita confluência.
(Não que os campomaiorenses tenham solicitado a minha opinião e o meu contributo... Tanto quanto sei, podem estar perfeitamente contentes com a sua bandeira verde e branca.)
Uma segunda possibilidade, mais original mas também mais estranha, talvez menos harmoniosa, seria inclinar um pouco a “cruz ondulada” (à semelhança da orientação dos rios) e reposicionar o jenipapo mais próximo do correspondente ao campo de batalha:
Estas considerações não impedem a desejada abstracção, isto é, não chegam ao ponto de corresponderem à inclusão de um mapa na bandeira.
A minha proposta de alteração da bandeira do estado brasileiro do Piauí foi publicada nas redes sociais do Canal Exclave (yt, ig). Digamos que a recepção nem sempre foi calorosa, a julgar por alguns comentários... :D
Um seguidor do canal, piauiense, comentou que «Acho que adicionar a cor vermelha para representar o sangue dos heróis do jenipapo na bandeira seria interessante...» (o que motivou o autor do canal, Olavo Soares, a recordar o meme «blood of those who fought for the freedom» — mas um clichezinho de vez em quando não é necessariamente mau).
Um outro opinou que «Pra ficar ainda melhor, tira esse amarelo da listra que fica perfeito».
Combinando as duas ideias (o que não era necessariamente a intenção dos comentadores), fiz uma segunda versão da bandeira:
Confissão: os tons de verde e vermelho são os da bandeira da Abecásia... Como não é uma bandeira muito conhecida (trata-se de um país sem reconhecimento internacional), penso que o pecado não é demasiado grande.
(Houve também um comentário sobre o jenipapo estilizado lembrar a máscara da personagem Jason da série de terror Sexta-Feira 13, semelhança que, admito, também me ocorreu. No entanto, por não querer cair numa representação mais realista do fruto, deixei ficar como antes.)
Neste caso, o meu trabalho não foi conceber a bandeira, mas apenas criar uma versão SVG da bandeira oficial, cuja única versão que encontrei é um JPG pequeno e sem grande qualidade:
Alterei os tons de verde e amarelo, para corresponderem aos da bandeira do Brasil.
Ainda motivado pelo conteúdo do Canal Exclave (mas no âmbito de um “projecto” diferente, relacionado com toponímia portuguesa e brasileira), deparei-me com mais um município cuja bandeira inclui o mapa do seu território, concretamente, Lagoa Real, no estado da Bahia.
Confesso que a configuração peculiar da fronteira — quatro segmentos de recta não perpendiculares e duas linhas sinuosas que faziam desconfiar da presença de rios — me chamou a atenção (o que não quer dizer que “desculpe” o pecadilho vexilológico). Pude confirmar a desconfiança consultando o OpenStreetMap:
Para além do mapa, a bandeira inclui o mote «Autonomia, Paz, Trabalho» e as cores vermelho a azul claro.
Resolvi adoptar o mesmo esquema básico de cores, mas mudando o vermelho para o tom da bandeira do estado da Bahia (conforme consta da Wikipédia) e escurecendo um pouco mais o azul, para combinar melhor com o vermelho. Os cursos de água (Rio São João e Riacho Fundo), que constituem parte da divisa com os municípios vizinhos e confluem nos limites de Lagoa Real, seriam os “protagonistas” da bandeira. Quanto às três palavras do mote, seriam representadas iconicamente.
Eis o resultado, em duas versões (uma com os símbolos mais detalhados, outra com eles reduzidos ao contorno básico):
A costumeira pomba dispensa explicações. A roda dentada como símbolo do trabalho é uma opção simultaneamente estética (é um símbolo compacto, clean) e pragmática (não estou a par das actividades económicas de Lagoa Real), evitando ao mesmo tempo símbolos que podem ter outras conotações.
O mais rebuscado (e simultaneamente mais simples) é o símbolo para «autonomia»: o triângulo branco. Pelo que percebi, a palavra aqui refere-se à emancipação, em 1989, face a Caetité. Nesse contexto, coisas como correntes a quebrarem-se pareceram-me excessivas. (Até prova em contrário, darei o benefício da dúvida às pessoas de Caetité.)
O triângulo — retirado da bandeira estadual — representa a autonomia, no sentido em que, ao ser elevada a município, Lagoa Real passou a ter acima de si apenas o estado (e, obviamente, o Brasil), enquanto antes estava sob a autoridade de Caetité.
O triângulo contribui também para a identificação deste como um município baiano. (A bandeira de Minas Gerais tem também um triângulo, mas é vermelho.)
Uma possível variante da bandeira dispensa os três símbolos do mote, reduzindo-se à representação da confluência dos rios:
Um design alternativo é tornar a pomba o elemento central da bandeira (não um mero símbolo presente, mas uma divisão do próprio campo da bandeira) e reduzir os rios ao mínimo indispensável, obtendo um resultado mais único:
Créditos: confluência dos rios adaptada do brasão de Cimanes del Tejar (autor: Erlenmeyer); pomba adaptada do símbolo da missão 56 da Estação Espacial Internacional (autor: NASA/Aden Feustel); roda dentada retirada/adaptada do brasão de Molledo (autor: Erlenmeyer).
Mais uma bandeira inspirada no conteúdo do Canal Exclave (que desde já recomendo). O tema do vídeo não é a vexilologia, mas a certa altura surge a bandeira do município de Laranjal do Jari, o mais extenso do estado do Amapá:
A bandeira caracteriza-se por ter em primeiro plano, a amarelo, o perfil do território do município. Não incluir mapas em bandeiras é um dos bons princípios da vexilologia, pelo que resolvi desenvolver uma bandeira alternativa.
Consultando a Wikipédia e o OpenStreetMap, alguns aspectos sobressaíram: o Rio Jari, que corre no sentido NNO–SSE, constitui a fronteira oeste do município (e do estado do Amapá); a cidade localiza-se perto do extremo sul do município; um dos meios de transporte tradicionais é a catraia, uma espécie de barco à vela (pelo menos originalmente, o mais certo é agora serem a motor).
Usando estes e outros elementos e critérios (que mais à frente se explicam), cheguei a esta proposta de nova bandeira:
O padrão principal de cores (azul/verde) foi invertido, de maneira a que o fundo verde represente a floresta amazónica e a diagonal azul represente o Rio Jari. Esta diagonal passou a atravessar apenas a metade esquerda da bandeira, imitando assim mais aproximadamente a localização e o perfil do percurso do rio.
A localização da cidade propriamente dita é marcada pela fortaleza laranja, copiada da bandeira do Amapá. Desta forma, não só se indica a pertença do município a este estado, como o uso de um símbolo com identidade própria (por contraponto ao clichê da estrela) contribui para a originalidade e a identificabilidade da bandeira; a cor da fortaleza remete para o nome do município.
No canto superior direito da bandeira (ou “cantão sinistro”), uma catraia representa o tradicional transporte fluvial.
(Esta catraia segue o modelo português, que pode diferir do realmente usado no Rio Jari. O design poderá ser adaptado à realidade local, mas será sempre bom usar um modelo tradicional, ainda que fora de uso, em vez de um modelo moderno, menos adequado a representações vexilológicas e, curiosamente, menos intemporal.)
Créditos: fortaleza adaptada da bandeira do Amapá (autor: E2m): catraia desenhada por mim, seguindo este desenho encontrado no Pinterest.
Exercício de vexilologia sobre uma possível bandeira para representar a comunidade judaica portuguesa e a diáspora judaica de origem portuguesa.
Nenhum dos resultados me agrada por aí além...
Versão 1:
Versões 2a e 2b:
Nas versões da série 2, para além de substituir os castelos por Estrelas de David (versão 2a), substitui-se também a esfera armilar por uma menorá construída no mesmo estilo.
Por uma questão de simetria, a menorá tem tantos braços para cima como para baixo (“pés”). Esta profusão de pés visa, simultaneamente, representar as raízes portuguesas, como se a menorá fosse também uma árvore. No entanto, tem a desvantagem de tornar o desenho algo confuso, podendo não parecer muito uma menorá...
(veja aqui parte 2)
Sou seguidor, no Youtube, do Canal Exclave, dedicado às «curiosidades geográficas brasileiras».
Há dias, num vídeo dedicado à mudança de bandeiras estaduais, comentei que «Pioraram a bandeira do Piauí».
Para comparação, eis as bandeiras desse estado brasileiro, antes de 2005 (esquerda) e desde então (direita):
Acrescentei depois que «A data estraga tudo, quebra a harmonia do design».
O autor do canal, Olavo Soares, contra-argumentou que «Eu gostei da mudança. Ficou mais específica! A anterior se parece com tantas outras».
De facto, quando se opta por uma bandeira com listas horizontais e uma ou mais estrelas num cantão, é diícil ser original, conforme se pode constatar comparando as bandeiras dos Estados Unidos, da Libéria e dos estados brasileiros de Goiás, Sergipe, Maranhão e São Paulo...
A data acrescentada em 2005 à bandeira do Piauí (13 de Março de 1823) tem um importante significado histórico: é a data da Batalha do Jenipapo, uma das mais importantes da guerra de independência do Brasil.
Resolvi, assim, procurar uma maneira de dar uma identidade única à bandeira do Piauí e manter a referência a tão relevante evento de uma forma vexilologicamente válida, evitando a solução "fácil" de simplesmente escrever a data na bandeira...
A solução encontrada foi esta:
(As três versões usam, respectivamente, os tons da bandeira antiga, os da bandeira actual e os da bandeira do Brasil; as proporções são as da bandeira antiga — tudo, segundo consta na Wikipédia.)
No cantão, a estrela (símbolo que, de tão usado, perdeu relevância) é substituída pela representação estilizada do interior do jenipapo, fruto do jenipapeiro. Faz-se, desta forma indirecta, referência à batalha travada junto ao rio piauiense homónimo. As duas metades do fruto simbolizam também os dois exércitos beligerantes frente a frente no campo de batalha.
A referência à data da batalha é também mantida, se bem que através de simbologia numérica escondida na bandeira.
A bandeira tem 13 listas (7 verdes e 6 amarelas) e 1 cantão. Quanto ao jenipapo, tem 16 sementes visíveis no seu interior (8 em cada uma das 2 metades).
Usando estes números (1, 2, 6, 7, 8, 13, 16), temos:
Jogando um pouco mais com os números, podemos também obter a data de declaração da independência do Piauí (24 de Janeiro de 1823) em relação ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que consta do brasão estadual:
Se eu fosse piauiense (ou sequer brasileiro), proporia esta bandeira à assembleia legislativa estadual.
Créditos: adaptação da bandeira do Piauí de 1922 (autor: Giro720); símbolo do cantão, da minha autoria.
Exercício de vexilologia inspirado por um elemento decorativo da fachada de um edifício na Rua Miguel Bombarda (Porto).