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domingo, 16 de março de 2025

Bandeira armorial do Kiko, o gato da Casa da Firoozeh Sol

A Casa da Firoozeh Sol (Rua 31 de Janeiro, 12–14) é um espaço único em Vila Real, ao mesmo tempo café/salão de chã e galeria de arte (vantagem de ser propriedade da pintora e ilustradora Firoozeh Soltan Zadeh).

E é também a casa do Kiko, um simpático gato amarelo (da vizinha...) que adoptou o espaço como dele.



Créditos: leão e sol adaptados da bandeira persa adoptada por Amir Kabir (1848–1852) (autor: Orange Tuesday).

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Brasão de Lord Lótus

Como inspiração para este brasão, eu tinha apenas uma foto do Lótus e um pequeno parágrafo:

«Lord Lótus — o mais doce, mais fiel, mais humilde e mais grato de todos.
Atropelado com 9 meses. Pata desfeita. Cirurgia. Abrigo. Nova intervenção. Família de Acolhimento Temporário cá em casa... Até hoje.
☺️
O meu anjo, guardião e companhia incondicional.»

O elemento central do design é evidente: uma flor de lótus, conforme o seu nome.

O triângulo vermelho ocupando o terço superior do escudo é uma referência à bandana vermelha que o Lótus sempre usa ao pescoço.

O mote latim, «Ubi tu Gaia ibi ego Gaius» («Onde tu fores Gaia, aí eu serei Gaio»), é uma inversão dos votos matrimoniais das mulheres da Roma antiga, um compromisso de fidelidade e companheirismo.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Pseudo-brasão do Grupo de Montanhismo de Vila Real

Estou no banco e entra uma pessoa para tratar dos assuntos de uma associação.

— Ah, é dos Caminheiros, não é? — pergunta a bancária.

— Não me insulte. Nós andamos assim [gesto diagonal ascendente], não andamos assim [gesto horizontal].

Era do Grupo de Montanhismo de Vila Real. 🤣

Não resisti a criar-lhes um símbolo alternativo:

O mote em latim significa «Andamos assim, não dessa outra [maneira], por favor!»

domingo, 24 de setembro de 2023

Brasão de Dona Joaninha d’Arc e Sampaio

A Joaninha e o seu irmão gémeo foram deixados numa quinta perto da cidade onde vivemos, quando tinham uns dois meses de vida.

O irmão logo teria um triste destino, provavelmente vítima de uma matilha de cães, mas a Joanhinha encontraria refúgio debaixo de umas silvas e mais tarde num telheiro abandonado e quase em ruínas, onde um labirinto de cepas de videira oferecia alguma protecção contra os cães ameaçadores. (Nós melhoraríamos as suas defesas vedando a entrada do telheiro com alguns metros de rede de galinheiro que encontrámos por ali.)

A Joaninha viveria nesse telheiro 11 dias, durante os quais nós a alimentaríamos regularmente e, aos poucos, ganharíamos a sua confiança. Então, em Julho, conseguimos finalmente resgatá-la. Ela ofereceu resistência simbólica, mas não mais do que isso. E desde então capturou os nossos corações.

O brasão da Joaninha foi inspirada nas cores dela (é uma gata tricolor), no brasão de armas de Joana d’Arc, e na história contada antes.

O mote em latim significa «À falta de melhores presas, até vasos de flores são caçados» — mas isso é uma longa história.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Brasão de Dom Nero Aparício Vaz e Bessa, Cavaleiro de Oliveira

O Nero foi encontrado há exactamente um ano, escondido na roda de carro numa oficina de reparação automóvel, quando tinha apenas umas poucas semanas de vida.

Chamámos-lhe «Nero» por ser preto; «Aparício», por ter sido encontrado; e «Vaz e Bessa», por ser esse o nome da oficina onde apareceu.

As chamas vermelhas representam o intenso amor que logo despertou em nós, mas são também uma referência ao epónimo imperador romano Nero (e daí os louros dourados)

O Nero adora trepar a uma oliveira anã que temos no terraço, o que lhe valeu o título de cavalaria.

O mote em latim significa «Negro É Belo».

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Brasão de Dona Gigi Caetana Ludovina, Baronesa de Rapòtacho

Explicação:

  • 2.º e 3.º quadrantes: a Gigi é uma gata absolutamente adorável.
  • 1.º quadrante: quando a Gigi está por perto, o mundo é mais quente e luminoso.
  • 4.º quadrante: a Gigi a aprender a arte de passar ratecos a fio de espada... (A estrela representa a orientação da sua mestra, D. Bolinha Pêlo-de-Farinha.)
  • Mote: «Aqueço e Aprendo», referência ao 1.º e 4.º quadrantes.
  • Contra-chefe: a Gigi nasceu a 25 de Abril de 2017, aniversário da Revolução dos Cravos.
  • Título nobiliárquico: digamos que há já algum tempo que a Gigi não se enquadra nas medidas 86-60-86...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Brasão de Dom Rodolfo Tobias Manuelzinho, Cavaleiro da Dinamarca

Explicação:

O Tobias — como é habitualmente chamado — é o gato que ocupou o lugar deixado vago pelo falecido Bonifácio. As duas balanças reflectem a sua pertença àquela família de advogados, bem como o facto de ele ser o segundo gato do escritório.

Ele é bastante tímido e furtivo: quando não o estão a ver, ele está ali, algures. O gato amarelo parcialmente escondido pelas barras pretas representa isso.

O Rodolfo Tobias Manuelzinho obteve os seus três nomes através de uma típica decisão salomónica: cada nome foi independentemente sugerido por diferentes pessoas, sendo a discussão resultante resolvida atribuindo-lhe todos os três nomes... O leão azul e os corações (copiados do brasão de armas da Dinamarca) e o seu título nobiliárquico (inspirado no livro homónimo de Sophia de Mello Breyner Andresen) invocam o dilema hamletiano à volta do seu nome: «Tobias, or not Tobias? That is the question.»

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Brasão Dom Gustavo Rodolfo de Quico, Marquês d'Orina

Explicação:

O Quico (como é habitualmente chamado) tem o péssimo hábito de marcar o seu território por toda a casa — o que lhe mereceu o título nobiliárquico.

O cão alado representa o quão rápido é este pequeno e desengonçado cão.

As duas fénix evocam as duas ocasiões em que o Quico quase morreu.

A sereia representa o seu hábito algo cómico de uivar.

A vieira é mais uma referência à tendência do Quico para... “baptizar” tudo... B(

sábado, 27 de agosto de 2016

Brasão do Conde Dom Orlando de Grasse

Explicação:

O meu gato Orlando foi encontrado numa rua com o nome da cidade francesa de Grasse. O 1.º e o 4.º quadrantes apresentam o brasão dessa cidade (cordeiro branco com estandarte com cruz vermelha, tudo sobre fundo azul).

Confesso que não tenho o hábito de verificar a genitália animal; para mais, o Orlando era bastante peludo; e eis como, baseado unicamente no suposto “aspecto feminino” do gato (sim, foi assim científico o meu método), eu me convenci de que o Orlando — que ainda não se chamava assim — era uma fêmea... e lhe dei o nome de Violeta (por causa da personagem principal da ópera “La Traviata”). O escudete central representa esse episódio.

Mais tarde a verdade veio ao de cima; uma “mudança de sexo” foi considerada necessária e, apropriadamente, a Violeta tornou-se o Orlando, referência ao romance epónimo de Virginia Woolf. O 2.º e o 3.º quadrantes apresentam a fusão entre um leão, um símbolo heráldico masculino, e uma pantera (uma criatura mitológica, que não deverá ser confundida com o felino do mesmo nome), considerada um símbolo feminino.

(Sim, em heráldica, um símbolo do género feminino é um animal inexistente. Saiba-se lá porquê.)

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Brasão de Dom Nilo Trancaquelhas, Duque de Plimmyra

Explicação:

As linhas onduladas brancas e azuis representam o rio Nilo e os seus principais tributários, Nilo Branco e Nilo Azul. O canídeo é o deus egípcio Anúbis.

A cabeça de cervídeo representa, em heráldica, «aquele que não luta excepto quando provocado» (como é o caso), bem como a paixão do Nilo por perseguir corços nas montanhas à volta da sua casa.

As duas lanças representam honra e dedicação à sua dona (a sua donzela).

O nome de família (Trancaquelhas) deve-se ao irritante hábito de o Nilo caminhar sempre mesmo (10 cm) à frente dos donos, atrapalhando o seu avanço.

O mote (francês, «Por minha causa, o dilúvio» e o título nobiliárquico (grego plimmýra = cheia) é uma referência à tendência do Nilo (tal como o rio epónimo) para... inundar tudo. B(

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Brasão do Reverendo Bonifácio da Maia, capelão da Ordem dos Advogatos

Explicação:

Bonifácio deve o seu nome ao gato de Afonso da Maia, uma das personagens principais do romance “Os Maias”, de Eça de Queirós. A águia de ouro gotejada sobre um campo vermelho é o brasão da família Maia.

Durante a sua juventude, o Bonifácio era bastante selvagem, aterrorizando outros gatos, o que lhe valeu a alcunha de “Átila, o Flagelo de Deus” ("Attila, Flagellum Dei" em latim).

O Bonifácio foi adoptado por uma família de advogados e vivia* no escritório deles. Em pouco tempo, ele tornar-se-ia um famoso advogato.

Mais tarde na sua vida, o Bonifácio acalmou, encontrou Deus e tornou-se padre católico, especializado em direito catnónico (professor catedrático na Universidade Católica) e foi feito capelão da Ordem dos Adogatos.

* Post-scriptum: O Bonifácio morreu a 22 de Abril de 2017. :(

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Brasão de Sua Majestade Imperial, Napoleão Bonaparte, “A Trombeta do Apocalipse”

Explicação:

O título imperial creio ser evidente...

O cognome e as trombetas (3, por simplicidade) são motivadas por quão alto e desesperantemente o Napoleão mia, como se não houvesse amanhã. B/

Em chefe (parte superior do escudo) podem ver-se versões miniaturais de 3 brasões, representando os 3 nomes de família do dono do Napoleão — porque para o Napoleão o seu dono está acima de todas as coisas! :)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Brasão de Dona Bolinha Pêlo-de-Farinha, Viscondessa de Lagarteira

Explicação:

A gata representada no brasão é a própria Bolinha, que recebeu este nome devido ao círculo negro que tem no flanco direito.

Os lagartos, o seu título nobiliárquico e o mote são referências às suas preferências venatórias. (O mote em latim traduz-se como «Não mais lagartos».)

A pirâmide com o olho é tanto uma referência à sua sabedoria como ao facto de os seus olhos terem cores diferentes.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Brasão de Dom Baltazar Sete-Sóis da Cruz Verde, “O Barão Trepador”

Heráldica de homenagem ao Baltazar, falecido a 20 de Novembro de 2015. :'(

Texto escrito a 20 de Novembro de 2016:

1 ANO SEM BALTAZAR

Faz hoje precisamente um ano que o Baltazar morreu.

O Baltazar era um gato especial.
Surgiu, como uma aparição, no cimo de uma alta árvore num dia de inverno, que só por esse facto foi um dia bonito: foi um raiinho de sol trazido por quem logo receberia o nome de Baltazar Sete-Sóis.
Resgatado pelos valorosos membros da corporação de bombeiros da Cruz Verde, aninhou-se no colo da sua Blimunda e foi um amor para a vida.
Corajoso, nem a traumática reclusão na copa do grande cipreste quando ainda bebé lhe retirou o gosto pelas alturas, e era vê-lo a explorar os telhados das casas vizinhas, o que lhe valeu o cognome de Barão Trepador.
Valente, a quase diafanidade do seu corpo (nunca pesou mais de dois quilos e meio) não o impediu de impor o respeito — quando não o pavor — em cães com dez vezes o seu tamanho. Era o déspota esclarecido que, diligente, impunha o silêncio à canzoada irrequieta ou briguenta.

E eis que, num triste dia de novembro, a dois meses e meio de completar onze anos nas nossas vidas, o Barão Trepador se transmutou em Cavaleiro Inexistente.
Descansa à sombra de uma ramada, bem perto da sua Dama.

O Baltazar não era meu, mas eu gostava dele como se fosse. Era, de certa maneira, o meu gato preferido (o Orlando que me perdoe). Por essa razão, no verão passado, num momento de especial saudade, resolvi fazer o merecido brasão de D. Baltazar Sete-Sóis da Cruz Verde, o Barão Trepador.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

“Glorioso” às escuras





(Criados na noite em que o FC Porto festejou a conquista do campeonato no Estádio da Luz e o Benfica apagou as luzes e ligou a rega automática.)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sindicato dos Agricultores do FarmVille



A minha proposta (injustamente derrotada) de um símbolo para o Sindicato dos Agricultores do FarmVille (Jan. 2010), do tempo em que eu estava viciado neste jogo.


Simbologia:

  1. Bode e Ovelha: produção pecuária
  2. Trigo: sementeiras (v. tb. 4)
  3. Árvore: produção frutícola
  4. Corda com nó: união e determinação de todos os agricultores do FarmVille (simbologia reforçada pela corda que une os pés individuais de trigo num único fardo)
  5. Enxadas e tesoura de poda: o trabalho da lavoura
  6. Mãos: dureza e nobreza desse trabalho

terça-feira, 2 de maio de 2006

“Ciências” da Educação: uma proposta

Urge recuperar em Portugal a heráldica corporativa, mormente a ligada às artes e ofícios. A título de exemplo, desde já proponho a seguinte representação simbólica da Confraria das “Ciências” da Educação:

Brasão das 'Ciências' da Educação

Descrição:

Cortado, o primeiro de prata, pleno, em chefe; o segundo partido de azul, carregado de um chapéu de mago de prata, e de ouro, carregado de um ouroboros de vermelho. Por timbre, um livro aberto, de prata, com dois ómegas maiúsculos, de negro, inscritos nas suas páginas. Listel branco com o mote “MALGRÉ LA RÉALITÉ”, de negro.

Simbologia:

O chapéu de mago representa a natureza de ciências ocultas das “Ciências” da Educação. O ouroboros, para além de reforçar a anterior simbologia mística, remete para a auto-justificação das teorias, que se alimentam de si mesmas, não se baseando na observação dos factos (vide mote). O chefe, vazio, simboliza os efectivos resultados das práticas pedagógicas defendidas. O duplo ómega do timbre afirma a Pedagogia romântica como um fim em si mesmo.


(Publicado originalmente no blogue “Não tenho vida para isto”.)