Sempre que (particularmente nos Estados Unidos) surgem críticas à violência policial e ao abuso de autoridade por parte das forças supostramente «da ordem», surgem também, em reacção, referências veementes à «Thin Blue Line» (Estreita Linha Azul), frequentemente representada por uma versão alterada da bandeira americana.
A ideia subjacente é a de que a Polícia (cujo uniforme é tradicionalmente azul) constitui uma «linha estreita» que protege a Sociedade, separando-a do caos.
É uma ideia bonita, diria mesmo, poética, mas profundamente desfasada da realidade, particularmente no país em questão, onde a Polícia, mais do que proteger e servir a Sociedade, se protege e se serve a si própria e aos seus membros.
Esta «Thin Blue Line» é, por isso, mais um código de silêncio: quando algum agente da Polícia comete um crime, toda a corporação se cala, mente e apoia o acusado, perpetuando a impunidade com que os agentes actuam. Por essa razão, os críticos desta postura pessoal e institucional apelidam a «Thin Blue Line» de «Blue Wall of Silence» (Muro Azul de Silêncio).
Mas, como eu disse, a Polícia não se limita a calar aquilo que sabe sobre a conduta criminosa dos seus agentes. De facto, a Polícia activamente mente e adultera ou falsifica provas.
Por isso, mais do que um mero «Muro Azul de Silêncio», estamos perante uma «Grande Mentira Azul» ou, como melhor se diria em inglês, «a Thick Blue Lie».A bandeira que se segue representa essa realidade.
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