Explicação:
O meu gato Orlando foi encontrado numa rua com o nome da cidade francesa de Grasse. O 1.º e o 4.º quadrantes apresentam o brasão dessa cidade (cordeiro branco com estandarte com cruz vermelha, tudo sobre fundo azul).
Confesso que não tenho o hábito de verificar a genitália animal; para mais, o Orlando era bastante peludo; e eis como, baseado unicamente no suposto “aspecto feminino” do gato (sim, foi assim científico o meu método), eu me convenci de que o Orlando — que ainda não se chamava assim — era uma fêmea... e lhe dei o nome de Violeta (por causa da personagem principal da ópera “La Traviata”). O escudete central representa esse episódio.
Mais tarde a verdade veio ao de cima; uma “mudança de sexo” foi considerada necessária e, apropriadamente, a Violeta tornou-se o Orlando, referência ao romance epónimo de Virginia Woolf. O 2.º e o 3.º quadrantes apresentam a fusão entre um leão, um símbolo heráldico masculino, e uma pantera (uma criatura mitológica, que não deverá ser confundida com o felino do mesmo nome), considerada um símbolo feminino.
(Sim, em heráldica, um símbolo do género feminino é um animal inexistente. Saiba-se lá porquê.)