Grafismo Sem Rede
Um gajo sem qualquer formação em design e que nem sequer sabe desenhar comenta o mundo através de gráficos, cartazes e afins...
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
domingo, 29 de janeiro de 2023
domingo, 2 de outubro de 2022
domingo, 6 de março de 2022
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
domingo, 5 de dezembro de 2021
Thick Blue Lie
Sempre que (particularmente nos Estados Unidos) surgem críticas à violência policial e ao abuso de autoridade por parte das forças supostramente «da ordem», surgem também, em reacção, referências veementes à «Thin Blue Line» (Estreita Linha Azul), frequentemente representada por uma versão alterada da bandeira americana.
A ideia subjacente é a de que a Polícia (cujo uniforme é tradicionalmente azul) constitui uma «linha estreita» que protege a Sociedade, separando-a do caos.
É uma ideia bonita, diria mesmo, poética, mas profundamente desfasada da realidade, particularmente no país em questão, onde a Polícia, mais do que proteger e servir a Sociedade, se protege e se serve a si própria e aos seus membros.
Esta «Thin Blue Line» é, por isso, mais um código de silêncio: quando algum agente da Polícia comete um crime, toda a corporação se cala, mente e apoia o acusado, perpetuando a impunidade com que os agentes actuam. Por essa razão, os críticos desta postura pessoal e institucional apelidam a «Thin Blue Line» de «Blue Wall of Silence» (Muro Azul de Silêncio).
Mas, como eu disse, a Polícia não se limita a calar aquilo que sabe sobre a conduta criminosa dos seus agentes. De facto, a Polícia activamente mente e adultera ou falsifica provas.
Por isso, mais do que um mero «Muro Azul de Silêncio», estamos perante uma «Grande Mentira Azul» ou, como melhor se diria em inglês, «a Thick Blue Lie».A bandeira que se segue representa essa realidade.
sexta-feira, 3 de setembro de 2021
Bandeira de Balsas (Maranhão) — proposta
Mais uma vez, o Canal Exclave inspirou-me a proposta de uma bandeira brasileira, desta feita do município de Balsas, no estado do Maranhão.
Conforme Olavo Soares, o autor do canal, notava, a configuração territorial de Balsas lembra o perfil de um cavalo-marinho:
Daí surgiu a ideia de desenhar uma bandeira que fizesse do cavalo-marinho o elemento central: uma referência ao mapa, mas sem mapa. Saiu-me isto:
O triângulo branco do fundo remete para a localização de Balsas na região sul do Maranhão, cuja forma é algo triangular. As linhas onduladas azuis invocam o Rio das Balsas, que atravessa o município em toda a sua extensão e lhe dá nome.
Créditos: cavalo-marinho adaptado do emblema das Sjötransportenheten, das Forças Armadas Suecas (autor: Lokal_Profil).
domingo, 6 de junho de 2021
Vectorização de bandeiras municipais: Paraná
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro do Paraná:
Céu Azul
Medianeira
Nova Aurora
Vitorino
domingo, 30 de maio de 2021
Vectorização de bandeiras municipais: Bahia
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro da Bahia:
Canavieiras
Créditos: vieira adaptada do brasão de Mira (autora: Mafalda caetano)
Ibirapuã
Jaguarari
Livramento de Nossa Senhora
Mascote
Planaltino
Rio do Antônio
São Félix do Coribe
Senhor do Bonfim
Teixeira de Freitas
sábado, 29 de maio de 2021
Vectorização de bandeiras municipais: Pará
Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de 3 municípios do estado brasileiro do Pará:
Gurupá
Itupiranga
Mojuí dos Campos
sábado, 22 de maio de 2021
Bandeira do estado do Piauí (adenda 2)
O mesmo comentador piauiense referido no post anterior acrescentou depois que a sua proposta «seria uma bandeira sem esse padrão listrado... A sugestão que eu criei é meio que uma mistura entre as bandeiras de República Dominicana e Noruega, com as mesmas cores da bandeira atual apenas com adição do vermelho... Um retângulo com duas cruzes uma dentro da outra, sendo que a cruz exterior seria verde e a cruz interior seria azul (padrão da bandeira norueguesa) o que dividiria a bandeira em quatro retângulos, sendo que dois deles seriam vermelhos e os outros dois seriam amarelos (como na bandeira de República Dominicana, que dois retângulos são vermelhos e os outros dois são azuis).»
A bandeira proposta seria, pois, assim:
Uma alternativa, para evitar a sobreposição de azul e verde, seria inverter a disposição das cores, usando o amarelo como “mediador” entre as cores azul, verde e vermelho, mais difíceis de combinar. Assim:
No entanto, a sugestão da cruz fez-me recordar que, perto do local da Batalha do Jenipapo, este rio e o Rio Surubim se juntam ao Rio Longá numa configuração que também lembra uma cruz:
(A cidade de Campo Maior situa-se a sul da confluência dos três rios, à margem do Surubim, no canto inferior esquerdo da imagem. O campo de batalha está mais para o canto superior direito, assinalado por um monumento.)
Isto inspirou um design radicalmente diferente:
A escolha de vermelho, preto e branco deveu-se fundamentalmente a serem um trio impactante que combina particularmente bem. No entanto, podemos assumir o clichê do sangue derramado para o vermelho. Para o preto, lembrei-me de um outro meme:«LUTO É VERBO». Incorporei também o jenipapo estilizado da minha proposta inicial.
Tendo em conta a representação (abstracta) da confluência dos rios, esta bandeira poderia ser uma alternativa à actual bandeira, não do Piauí, mas da cidade de Campo Maior, em cujo território decorreu a batalha e onde se situa a dita confluência.
(Não que os campomaiorenses tenham solicitado a minha opinião e o meu contributo... Tanto quanto sei, podem estar perfeitamente contentes com a sua bandeira verde e branca.)
Uma segunda possibilidade, mais original mas também mais estranha, talvez menos harmoniosa, seria inclinar um pouco a “cruz ondulada” (à semelhança da orientação dos rios) e reposicionar o jenipapo mais próximo do correspondente ao campo de batalha:
Estas considerações não impedem a desejada abstracção, isto é, não chegam ao ponto de corresponderem à inclusão de um mapa na bandeira.
Bandeira do estado do Piauí (adenda)
A minha proposta de alteração da bandeira do estado brasileiro do Piauí foi publicada nas redes sociais do Canal Exclave (yt, ig). Digamos que a recepção nem sempre foi calorosa, a julgar por alguns comentários... :D
Um seguidor do canal, piauiense, comentou que «Acho que adicionar a cor vermelha para representar o sangue dos heróis do jenipapo na bandeira seria interessante...» (o que motivou o autor do canal, Olavo Soares, a recordar o meme «blood of those who fought for the freedom» — mas um clichezinho de vez em quando não é necessariamente mau).
Um outro opinou que «Pra ficar ainda melhor, tira esse amarelo da listra que fica perfeito».
Combinando as duas ideias (o que não era necessariamente a intenção dos comentadores), fiz uma segunda versão da bandeira:
Confissão: os tons de verde e vermelho são os da bandeira da Abecásia... Como não é uma bandeira muito conhecida (trata-se de um país sem reconhecimento internacional), penso que o pecado não é demasiado grande.
(Houve também um comentário sobre o jenipapo estilizado lembrar a máscara da personagem Jason da série de terror Sexta-Feira 13, semelhança que, admito, também me ocorreu. No entanto, por não querer cair numa representação mais realista do fruto, deixei ficar como antes.)
quinta-feira, 20 de maio de 2021
Bandeira de Assis Brasil (Acre) — vectorização
Neste caso, o meu trabalho não foi conceber a bandeira, mas apenas criar uma versão SVG da bandeira oficial, cuja única versão que encontrei é um JPG pequeno e sem grande qualidade:
Alterei os tons de verde e amarelo, para corresponderem aos da bandeira do Brasil.
quarta-feira, 19 de maio de 2021
Bandeira de Lagoa Real (Bahia) — proposta
Ainda motivado pelo conteúdo do Canal Exclave (mas no âmbito de um “projecto” diferente, relacionado com toponímia portuguesa e brasileira), deparei-me com mais um município cuja bandeira inclui o mapa do seu território, concretamente, Lagoa Real, no estado da Bahia.
Confesso que a configuração peculiar da fronteira — quatro segmentos de recta não perpendiculares e duas linhas sinuosas que faziam desconfiar da presença de rios — me chamou a atenção (o que não quer dizer que “desculpe” o pecadilho vexilológico). Pude confirmar a desconfiança consultando o OpenStreetMap:
Para além do mapa, a bandeira inclui o mote «Autonomia, Paz, Trabalho» e as cores vermelho a azul claro.
Resolvi adoptar o mesmo esquema básico de cores, mas mudando o vermelho para o tom da bandeira do estado da Bahia (conforme consta da Wikipédia) e escurecendo um pouco mais o azul, para combinar melhor com o vermelho. Os cursos de água (Rio São João e Riacho Fundo), que constituem parte da divisa com os municípios vizinhos e confluem nos limites de Lagoa Real, seriam os “protagonistas” da bandeira. Quanto às três palavras do mote, seriam representadas iconicamente.
Eis o resultado, em duas versões (uma com os símbolos mais detalhados, outra com eles reduzidos ao contorno básico):
A costumeira pomba dispensa explicações. A roda dentada como símbolo do trabalho é uma opção simultaneamente estética (é um símbolo compacto, clean) e pragmática (não estou a par das actividades económicas de Lagoa Real), evitando ao mesmo tempo símbolos que podem ter outras conotações.
O mais rebuscado (e simultaneamente mais simples) é o símbolo para «autonomia»: o triângulo branco. Pelo que percebi, a palavra aqui refere-se à emancipação, em 1989, face a Caetité. Nesse contexto, coisas como correntes a quebrarem-se pareceram-me excessivas. (Até prova em contrário, darei o benefício da dúvida às pessoas de Caetité.)
O triângulo — retirado da bandeira estadual — representa a autonomia, no sentido em que, ao ser elevada a município, Lagoa Real passou a ter acima de si apenas o estado (e, obviamente, o Brasil), enquanto antes estava sob a autoridade de Caetité.
O triângulo contribui também para a identificação deste como um município baiano. (A bandeira de Minas Gerais tem também um triângulo, mas é vermelho.)
Uma possível variante da bandeira dispensa os três símbolos do mote, reduzindo-se à representação da confluência dos rios:
Um design alternativo é tornar a pomba o elemento central da bandeira (não um mero símbolo presente, mas uma divisão do próprio campo da bandeira) e reduzir os rios ao mínimo indispensável, obtendo um resultado mais único:
Créditos: confluência dos rios adaptada do brasão de Cimanes del Tejar (autor: Erlenmeyer); pomba adaptada do símbolo da missão 56 da Estação Espacial Internacional (autor: NASA/Aden Feustel); roda dentada retirada/adaptada do brasão de Molledo (autor: Erlenmeyer).