domingo, 30 de maio de 2021

Vectorização de bandeiras municipais: Bahia

Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de alguns municípios do estado brasileiro da Bahia:

Canavieiras

Créditos: vieira adaptada do brasão de Mira (autora: Mafalda caetano)

Ibirapuã

Jaguarari

Livramento de Nossa Senhora

Mascote

Planaltino

Rio do Antônio

São Félix do Coribe

Senhor do Bonfim

Teixeira de Freitas

sábado, 29 de maio de 2021

Vectorização de bandeiras municipais: Pará

Criação, para a Wikipédia/Wikimedia, de versões SVG das bandeiras de 3 municípios do estado brasileiro do Pará:

Gurupá

Itupiranga

Mojuí dos Campos

sábado, 22 de maio de 2021

Bandeira do estado do Piauí (adenda 2)

O mesmo comentador piauiense referido no post anterior acrescentou depois que a sua proposta «seria uma bandeira sem esse padrão listrado... A sugestão que eu criei é meio que uma mistura entre as bandeiras de República Dominicana e Noruega, com as mesmas cores da bandeira atual apenas com adição do vermelho... Um retângulo com duas cruzes uma dentro da outra, sendo que a cruz exterior seria verde e a cruz interior seria azul (padrão da bandeira norueguesa) o que dividiria a bandeira em quatro retângulos, sendo que dois deles seriam vermelhos e os outros dois seriam amarelos (como na bandeira de República Dominicana, que dois retângulos são vermelhos e os outros dois são azuis).»

A bandeira proposta seria, pois, assim:

Uma alternativa, para evitar a sobreposição de azul e verde, seria inverter a disposição das cores, usando o amarelo como “mediador” entre as cores azul, verde e vermelho, mais difíceis de combinar. Assim:

No entanto, a sugestão da cruz fez-me recordar que, perto do local da Batalha do Jenipapo, este rio e o Rio Surubim se juntam ao Rio Longá numa configuração que também lembra uma cruz:

(A cidade de Campo Maior situa-se a sul da confluência dos três rios, à margem do Surubim, no canto inferior esquerdo da imagem. O campo de batalha está mais para o canto superior direito, assinalado por um monumento.)

Isto inspirou um design radicalmente diferente:

A escolha de vermelho, preto e branco deveu-se fundamentalmente a serem um trio impactante que combina particularmente bem. No entanto, podemos assumir o clichê do sangue derramado para o vermelho. Para o preto, lembrei-me de um outro meme:«LUTO É VERBO». Incorporei também o jenipapo estilizado da minha proposta inicial.

Tendo em conta a representação (abstracta) da confluência dos rios, esta bandeira poderia ser uma alternativa à actual bandeira, não do Piauí, mas da cidade de Campo Maior, em cujo território decorreu a batalha e onde se situa a dita confluência.
(Não que os campomaiorenses tenham solicitado a minha opinião e o meu contributo... Tanto quanto sei, podem estar perfeitamente contentes com a sua bandeira verde e branca.)

Uma segunda possibilidade, mais original mas também mais estranha, talvez menos harmoniosa, seria inclinar um pouco a “cruz ondulada” (à semelhança da orientação dos rios) e reposicionar o jenipapo mais próximo do correspondente ao campo de batalha:

Estas considerações não impedem a desejada abstracção, isto é, não chegam ao ponto de corresponderem à inclusão de um mapa na bandeira.

Bandeira do estado do Piauí (adenda)

A minha proposta de alteração da bandeira do estado brasileiro do Piauí foi publicada nas redes sociais do Canal Exclave (yt, ig). Digamos que a recepção nem sempre foi calorosa, a julgar por alguns comentários... :D

Um seguidor do canal, piauiense, comentou que «Acho que adicionar a cor vermelha para representar o sangue dos heróis do jenipapo na bandeira seria interessante...» (o que motivou o autor do canal, Olavo Soares, a recordar o meme «blood of those who fought for the freedom» — mas um clichezinho de vez em quando não é necessariamente mau).
Um outro opinou que «Pra ficar ainda melhor, tira esse amarelo da listra que fica perfeito».
Combinando as duas ideias (o que não era necessariamente a intenção dos comentadores), fiz uma segunda versão da bandeira:

Confissão: os tons de verde e vermelho são os da bandeira da Abecásia... Como não é uma bandeira muito conhecida (trata-se de um país sem reconhecimento internacional), penso que o pecado não é demasiado grande.

(Houve também um comentário sobre o jenipapo estilizado lembrar a máscara da personagem Jason da série de terror Sexta-Feira 13, semelhança que, admito, também me ocorreu. No entanto, por não querer cair numa representação mais realista do fruto, deixei ficar como antes.)

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Bandeira de Assis Brasil (Acre) — vectorização

Neste caso, o meu trabalho não foi conceber a bandeira, mas apenas criar uma versão SVG da bandeira oficial, cuja única versão que encontrei é um JPG pequeno e sem grande qualidade:

Alterei os tons de verde e amarelo, para corresponderem aos da bandeira do Brasil.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Bandeira de Lagoa Real (Bahia) — proposta

Ainda motivado pelo conteúdo do Canal Exclave (mas no âmbito de um “projecto” diferente, relacionado com toponímia portuguesa e brasileira), deparei-me com mais um município cuja bandeira inclui o mapa do seu território, concretamente, Lagoa Real, no estado da Bahia.

Confesso que a configuração peculiar da fronteira — quatro segmentos de recta não perpendiculares e duas linhas sinuosas que faziam desconfiar da presença de rios — me chamou a atenção (o que não quer dizer que “desculpe” o pecadilho vexilológico). Pude confirmar a desconfiança consultando o OpenStreetMap:

Para além do mapa, a bandeira inclui o mote «Autonomia, Paz, Trabalho» e as cores vermelho a azul claro.

Resolvi adoptar o mesmo esquema básico de cores, mas mudando o vermelho para o tom da bandeira do estado da Bahia (conforme consta da Wikipédia) e escurecendo um pouco mais o azul, para combinar melhor com o vermelho. Os cursos de água (Rio São João e Riacho Fundo), que constituem parte da divisa com os municípios vizinhos e confluem nos limites de Lagoa Real, seriam os “protagonistas” da bandeira. Quanto às três palavras do mote, seriam representadas iconicamente.

Eis o resultado, em duas versões (uma com os símbolos mais detalhados, outra com eles reduzidos ao contorno básico):

A costumeira pomba dispensa explicações. A roda dentada como símbolo do trabalho é uma opção simultaneamente estética (é um símbolo compacto, clean) e pragmática (não estou a par das actividades económicas de Lagoa Real), evitando ao mesmo tempo símbolos que podem ter outras conotações.

O mais rebuscado (e simultaneamente mais simples) é o símbolo para «autonomia»: o triângulo branco. Pelo que percebi, a palavra aqui refere-se à emancipação, em 1989, face a Caetité. Nesse contexto, coisas como correntes a quebrarem-se pareceram-me excessivas. (Até prova em contrário, darei o benefício da dúvida às pessoas de Caetité.)
O triângulo — retirado da bandeira estadual — representa a autonomia, no sentido em que, ao ser elevada a município, Lagoa Real passou a ter acima de si apenas o estado (e, obviamente, o Brasil), enquanto antes estava sob a autoridade de Caetité.
O triângulo contribui também para a identificação deste como um município baiano. (A bandeira de Minas Gerais tem também um triângulo, mas é vermelho.)

Uma possível variante da bandeira dispensa os três símbolos do mote, reduzindo-se à representação da confluência dos rios:

Um design alternativo é tornar a pomba o elemento central da bandeira (não um mero símbolo presente, mas uma divisão do próprio campo da bandeira) e reduzir os rios ao mínimo indispensável, obtendo um resultado mais único:


Créditos: confluência dos rios adaptada do brasão de Cimanes del Tejar (autor: Erlenmeyer); pomba adaptada do símbolo da missão 56 da Estação Espacial Internacional (autor: NASA/Aden Feustel); roda dentada retirada/adaptada do brasão de Molledo (autor: Erlenmeyer).

terça-feira, 18 de maio de 2021

Bandeira de Laranjal do Jari (Amapá) — proposta

Mais uma bandeira inspirada no conteúdo do Canal Exclave (que desde já recomendo). O tema do vídeo não é a vexilologia, mas a certa altura surge a bandeira do município de Laranjal do Jari, o mais extenso do estado do Amapá:

A bandeira caracteriza-se por ter em primeiro plano, a amarelo, o perfil do território do município. Não incluir mapas em bandeiras é um dos bons princípios da vexilologia, pelo que resolvi desenvolver uma bandeira alternativa.

Consultando a Wikipédia e o OpenStreetMap, alguns aspectos sobressaíram: o Rio Jari, que corre no sentido NNO–SSE, constitui a fronteira oeste do município (e do estado do Amapá); a cidade localiza-se perto do extremo sul do município; um dos meios de transporte tradicionais é a catraia, uma espécie de barco à vela (pelo menos originalmente, o mais certo é agora serem a motor).

Usando estes e outros elementos e critérios (que mais à frente se explicam), cheguei a esta proposta de nova bandeira:

O padrão principal de cores (azul/verde) foi invertido, de maneira a que o fundo verde represente a floresta amazónica e a diagonal azul represente o Rio Jari. Esta diagonal passou a atravessar apenas a metade esquerda da bandeira, imitando assim mais aproximadamente a localização e o perfil do percurso do rio.

A localização da cidade propriamente dita é marcada pela fortaleza laranja, copiada da bandeira do Amapá. Desta forma, não só se indica a pertença do município a este estado, como o uso de um símbolo com identidade própria (por contraponto ao clichê da estrela) contribui para a originalidade e a identificabilidade da bandeira; a cor da fortaleza remete para o nome do município.

No canto superior direito da bandeira (ou “cantão sinistro”), uma catraia representa o tradicional transporte fluvial.
(Esta catraia segue o modelo português, que pode diferir do realmente usado no Rio Jari. O design poderá ser adaptado à realidade local, mas será sempre bom usar um modelo tradicional, ainda que fora de uso, em vez de um modelo moderno, menos adequado a representações vexilológicas e, curiosamente, menos intemporal.)


Créditos: forteleza adaptada da bandeira do Amapá (autor: E2m): catraia desenhada por mim, seguindo este desenho encontrado no Pinterest.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Comunidade Judaica Portuguesa (e diáspora)

Exercício de vexilologia sobre uma possível bandeira para representar a comunidade judaica portuguesa e a diáspora judaica de origem portuguesa.

Nenhum dos resultados me agrada por aí além...

Versão 1:

Versões 2a e 2b:

Nas versões da série 2, para além de substituir os castelos por Estrelas de David (versão 2a), substitui-se também a esfera armilar por uma menorá construída no mesmo estilo.

Por uma questão de simetria, a menorá tem tantos braços para cima como para baixo (“pés”). Esta profusão de pés visa, simultaneamente, representar as raízes portuguesas, como se a menorá fosse também uma árvore. No entanto, tem a desvantagem de tornar o desenho algo confuso, podendo não parecer muito uma menorá...

(veja aqui parte 2)

terça-feira, 11 de maio de 2021

Bandeira do Estado do Piauí (proposta)

Sou seguidor, no Youtube, do Canal Exclave, dedicado às «curiosidades geográficas brasileiras».

Há dias, num vídeo dedicado à mudança de bandeiras estaduais, comentei que «Pioraram a bandeira do Piauí».

Para comparação, eis as bandeiras desse estado brasileiro, antes de 2005 (esquerda) e desde então (direita):

Acrescentei depois que «A data estraga tudo, quebra a harmonia do design».

O autor do canal, Olavo Soares, contra-argumentou que «Eu gostei da mudança. Ficou mais específica! A anterior se parece com tantas outras».

De facto, quando se opta por uma bandeira com listas horizontais e uma ou mais estrelas num cantão, é diícil ser original, conforme se pode constatar comparando as bandeiras dos Estados Unidos, da Libéria e dos estados brasileiros de Goiás, Sergipe, Maranhão e São Paulo...

A data acrescentada em 2005 à bandeira do Piauí (13 de Março de 1823) tem um importante significado histórico: é a data da Batalha do Jenipapo, uma das mais importantes da guerra de independência do Brasil.

Resolvi, assim, procurar uma maneira de dar uma identidade única à bandeira do Piauí e manter a referência a tão relevante evento de uma forma vexilologicamente válida, evitando a solução "fácil" de simplesmente escrever a data na bandeira...

A solução encontrada foi esta:

(As três versões usam, respectivamente, os tons da bandeira antiga, os da bandeira actual e os da bandeira do Brasil; as proporções são as da bandeira antiga — tudo, segundo consta na Wikipédia.)

No cantão, a estrela (símbolo que, de tão usado, perdeu relevância) é substituída pela representação estilizada do interior do jenipapo, fruto do jenipapeiro. Faz-se, desta forma indirecta, referência à batalha travada junto ao rio piauiense homónimo. As duas metades do fruto simbolizam também os dois exércitos beligerantes frente a frente no campo de batalha.

A referência à data da batalha é também mantida, se bem que através de simbologia numérica escondida na bandeira.

A bandeira tem 13 listas (7 verdes e 6 amarelas) e 1 cantão. Quanto ao jenipapo, tem 16 sementes visíveis no seu interior (8 em cada uma das 2 metades).

Usando estes números (1, 2, 6, 7, 8, 13, 16), temos:

  • dia da batalha: 13
  • mês da batalha: 16 – 13 = 1 + 2 = 3 (Março)
  • ano da batalha: 16 + 2 = 18 (1823); 16 + 7 = 23 (1823)

Jogando um pouco mais com os números, podemos também obter a data de declaração da independência do Piauí (24 de Janeiro de 1823) em relação ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que consta do brasão estadual:

  • dia: 16 + 6 + 2 = 24
  • mês: 1 (Janeiro)
  • ano: como na data da batalha

Se eu fosse piauiense (ou sequer brasileiro), proporia esta bandeira à assembleia legislativa estadual.


Créditos: adaptação da bandeira do Piauí de 1922 (autor: Giro720); símbolo do cantão, da minha autoria.